
Mostra sobre arte urbana que acontece na Caixa Cultural Brasília entra na reta final e realiza uma oficina e uma visita guiada. A exposição segue até 20 de julho com obras de artistas nacionais e internacionais que retratam e celebram a essência da arte urbana
No sábado, dia 12 de julho, a CAIXA Cultural Brasília realizou uma oficina com o artista brasiliense Mão como parte do projeto ‘Frequências Urbanas – uma voz única no diálogo coletivo’, uma exposição inaugurada em abril deste ano, após 10 anos da bem-sucedida mostra ‘Street Art – Um Panorama Urbano’. A mostra, sucesso de público, e que fica aberta ao público até 20 de julho, revisita a cena global da arte urbana conectando artistas internacionais e brasileiros em um espaço de intercâmbio e de reflexão
A oficina, gratuita, oferece 30 vagas e acontece de 10 às 12h, na CAIXA Cultural Brasília, no Setor Bancário Sul. O artista fará uma introdução à arte urbana com foco no grafite e vai explicar sobre sua trajetória, interagir com os participantes e entender as visões deles sobre esse tipo de arte/expressão. Logo após, dará início a uma dinâmica com um processo criativo, onde serão debatidas ideias para produção de desenhos a serem desenvolvidos com material de pintura: tinta acrílica, rolinhos e spray. O objetivo, ao final, é a montagem de um mural colaborativo.
Já no dia 19 de julho, às 16h, haverá uma visita guiada com um dos curadores e produtor da mostra, Luiz Prado, como última oportunidade de conhecer de perto obras de artistas renomados de diversas culturas – brasileira, francesa, congolesa, tunisiana, norte americana. O objetivo dessa mostra e o foco da visita guiada é o de proporcionar um intercâmbio cultural e artístico de grande impacto ao público. Conhecida também como street art, a arte urbana se consolidou como uma das principais formas de expressão visual no mundo.
Ancorados em seu território, mas antenados com as questões mundiais, os artistas em exposição na mostra inspiram-se em movimentos artísticos globais que permitem entender melhor as questões urgentes como as mudanças climáticas, o resgate da ancestralidade e a desigualdade social.
“Frequências Urbanas trouxe novos nomes para expandir o impacto da arte urbana no Brasil, visando ainda o fortalecimento da relação entre artistas estrangeiros e brasileiros e trocas culturais, em especial a relação entre Brasil e França, que celebram neste ano de 2025 uma parceria de promoção cultural entre os dois países’, revela Prado.
A exposição reflete, ainda, a diversidade cultural de Brasília, cidade ‘com gente de todas as partes do Brasil e do mundo’, e a inauguração desta mostra, no mês de abril, foi pensada para celebrar os 65 anos dainauguração da capital federal.
“Inauguramos a exposição na semana de aniversário da cidade, convidando o público a ser fotografado pelo projeto Inside Out do artista francês JR, participando assim da confecção de um mural de mais de 150 m² que segue em exposição na CAIXA Cultural até o último dia da mostra, comprovando a diversidade, a mistura e as diferenças múltiplas que formaram a população de Brasília”, complementa Prado.
A exposição Frequências Urbanas conta com obras dos seguintes artistas e coletivos:
CRIPTA DJAN
@criptadjan
Cripta Djan é pichador, artista, ativista e documentarista que tem a pichação como eixo central de sua trajetória nos espaços urbanos. Sua atuação representa e reivindica a figura do pichador nos campos político, acadêmico, artístico e cinematográfico.
Seu trabalho transita entre o desenho e a escrita, a forma e a contra forma, o legível e o ilegível, o certo e o errado. Começou sua história nas ruas de Itapevi, na Grande São Paulo, e hoje tem seu trabalho reconhecido internacionalmente, levando a linguagem da pichação para centros de arte contemporânea ao redor do mundo
CYRCLE
CYRCLE é um coletivo formado pelos artistas americanos David Leavitt e David Torres, de Los Angeles, Califórnia (EUA). Suas obras enfatizam a vida, a dualidade e a condição humana compartilhada com a contemplação estética da forma, tipo de letra e cor.
A dupla trabalha em diversas mídias, desde a investigação da forma até o incentivo à participação, os desafios do CYRCLE e, ao mesmo tempo, abrangem todo o continuum do que é arte.
KOUKA
@kouka_ntadi
Pintor franco-congolês, Kouka Ntadi é nascido em Paris, em 1981, neto do pintor expressionista Francis Gruber. O artista confronta suas origens, tanto em suas telas quanto na rua. Explorando diferentes formas de retrato, ele desenvolve seus temas de pesquisa em torno da essência do Homem e da identidade.
Sua pintura brinca com os códigos do grafite para melhor tocar o cerne da pesquisa sobre o estatuto da imagem. Desde seus famosos “Guerreiros Bantu”, sua primeira marca urbana, ele tem nos lembrado constantemente que o espaço público, assim como o mundo, não pertence a ninguém.
RERO
@rerostudio
Na intersecção de práticas urbanas, land art e criação conceitual inspirada por Duchamp, Debord e, claro, Roland Barthes, Rero questiona a retórica da imagem e sua “cadeia flutuante de significados”.
As obras de arte intrigantes e luminosas do artista, infundidas com um senso moderno e transgressivo de poesia, suas instalações inovadoras e descomunais se espalharam pelo mundo. Para Rero, “a arte é um sistema de alarme que busca despertar o músculo atrofiado da sensibilidade coletiva”, escreveu o crítico de arte Achille Bonito Oliva.
LUÍSA PIMENTA
@luisa_pimenta
Artista carioca de 18 anos, Luísa Pimenta é um jovem talento e grande promessa do cenário artístico atual. Ela se nutriu da efervescência da cena do grafiti de rua nos EUA, transformando todas as influências e pluralidades da arte urbana norte-americana em traços marcantes que se misturam com suas raízes brasileiras.
Suas obras são uma verdadeira janela para sua alma. Com expressões viscerais, traços firmes e impactantes, Luísa compartilha seus afetos e percepções do mundo de forma autêntica e repleta de sensibilidade, se comunicando com o espectador de forma intensa e tocante.
KASSIA BORGES
@kassiaborgess
Kássia Borges Karajá é artista visual, pesquisadora, professora e curadora. Pesquisa principalmente questões em torno da mulher e da ancestralidade. Partindo dos conhecimentos da tradicional cerâmica Karajá, se debruça, sobretudo, no barro para suas criações contemporâneas.
Além de sua investigação em cerâmica, é membro também do coletivo MAHKU (Movimento dos artistas Huni Kuin), destaque na 60ª edição da Bienal de Veneza, com participação em salões e exposições em instituições nacionais e internacionais.
EL SEED
@elseed
EL Seed é um artista que combina pintura e escultura para criar uma linguagem visual única, inspirada na tradição da caligrafia e na pulsação da arte urbana. Seu trabalho se destaca por camadas intrincadas de cores, símbolos e letras, que expressam mensagens universais sobre coexistência, paz e liberdade.
A identidade, a herança cultural e o desejo humano por conexão e pertencimento são temas que atravessam sua obra. Por meio de sua arte, EL Seed dá visibilidade às comunidades com as quais se relaciona, utilizando a linguagem como ponte para o diálogo e a construção de um senso de coletividade.
INSIDE OUT PROJECT – JR
@insideoutproject @jr
Depois de ganhar o Prêmio TED, em 2011, o artista francês JR lançou o Projeto Inside Out, em exibição na mostra. O artista criou uma plataforma participativa que ajuda indivíduos e comunidades a transmitirem uma mensagem por meio de retratos em preto e branco em grande escala colados como lambe-lambe em espaços públicos.
JR exibe livremente nas ruas do mundo, capturando a atenção de todos, incluindo aqueles que não costumam frequentar museus. Sua prática artística torna visíveis os anônimos colando seus retratos no espaço público, desde as favelas brasileiras até as ruas de Nova York e Istambul. Essas instalações feitas na ação em grupo são documentadas e compartilhadas online.
SERVIÇO
Frequências Urbanas – Uma voz única no diálogo coletivo
Exposição internacional de arte urbana
CAIXA Cultural Brasília: Setor Bancário Sul – Quadra 4, Lotes 3/4 – Brasília-DF
Temporada: de 24/04 a 20/07/2025
Horário: De terça a domingo, das 9h às 21h
Acessibilidade: A exposição terá como medida de acessibilidade áudio-descrição para todas as obras
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita
OFICINA COM ARTISTA MÃO
Data: sábado, 12/07/2025
Horário: 10h às 12h
Local: CAIXA Cultural Brasília
Gratuita | 30 vagas
Inscrições: https://www.caixacultural.gov.br/Paginas/Brasilia.aspx
MiniBio
Mão nasceu em Brasília em 1989, onde reside e trabalha. É um artista visual que começou sua trajetória no mundo da arte em 2015. Cria murais, pinturas e ilustrações que combinam cores vibrantes, símbolos e narrativas inspiradas por memórias e experiências pessoais, questões ambientais e movimentos urbanos como o Hip Hop.
Sua pesquisa visual dialoga com elementos da cultura brasileira e raízes latino-americanas, buscando provocar novas perspectivas por meio de composições que misturam o cotidiano urbano, a natureza e o imaginário.
Autodidata na maior parte de sua formação artística, também traz influências de sua trajetória em áreas como tecnologia e design, o que contribui para um olhar singular e experimental. A prática de MÃO atravessa muros, telas e suportes diversos — sempre em busca de novas linguagens, técnicas e materiais que ampliem sua expressão visual. Sua primeira exposição individual foi em 2016, intitulada “A Caça”, abordando temas ligados à exploração da fauna. Desde então, participa de feiras de arte, festivais de grafite e encontros ligados ao design e à criatividade.