Exposição que já percorreu 12 cidades, entre elas Paris, Berlim, Moscovo, Londres e Roma, chega a Lisboa onde permanecerá em exibição entre os dias 15 de setembro e 30 de outubro, no Museu Nacional dos Coches, com entrada livre
Mostra celebra os 62 anos da capital brasileira e faz parte do calendário oficial de comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil

A partir do dia 15 de setembro, o Museu Nacional dos Coches receberá a exposição “Brasília – Da utopia à Capital”, que ficará em permanência até 30 de outubro de 2022, aberta a visitas de terça a domingo, das 10h00 às 18h00. Haverá um cocktail de abertura para imprensa e convidados no dia 14 de setembro, a partir das 19h30.
A mostra examina as ideias, personagens e percursos históricos que levaram à criação de Brasília em 1960 e a transformaram em síntese do pensamento modernista brasileiro. Concebida como obra de arte completa, a nova capital do Brasil representa a nova fase de interiorização do Poder Público do país, anteriormente concentrado na faixa litorânea.
A exposição Brasília – Da utopia à Capital é o resultado de extensa pesquisa de Danielle Athayde na Fundação Ortega y Gasset, em Madri, na Espanha. A mostra circulou por 12 capitais, dentre elas Paris, Berlim, Moscovo, Londres e recentemente em Roma. Sua realização faz parte das comemorações do aniversário de 62 anos da cidade, completados em 21 de abril de 2022, e integra o calendário oficial das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.

“Brasília – Da utopia à Capital” exibe um acervo de aproximadamente 300 obras de arte e documentos, dentre eles, maquetes de edifícios icônicos projetados por Oscar Niemeyer; desenhos e maquete fotográfica do plano urbanístico de Lucio Costa; esculturas de Maria Martins, de Bruno Giorgi e de Alfredo Ceschiatti; e fotografias de Marcel Gautherot, Peter Scheier, Jean Manzon e Mário Fontenelle.
As obras são provenientes de coleções brasileiras, públicas e privadas, dentre as quais o Instituto Moreira Salles, o Arquivo Público do Distrito Federal e a Coleção Brasília — acervo Izolete e Domício Pereira. A Curadoria é de Danielle Athayde.
Uma epopeia modernista
A transferência da capital do Brasil do litoral atlântico para o centro-oeste do seu território, no início da década de 1960, despertou sentimento de euforia desenvolvimentista na população brasileira. Pessoas comuns, movidas pelo desejo de fazer parte do sonho de construção de uma nova cidade, sede do governo, deslocaram-se do conforto de suas famílias e de suas cidades de origem, em especial do nordeste brasileiro, em direção ao centro-oeste.
O Planalto Central, no cerrado brasileiro, de horizonte infinito e de terra vermelha, transformou-se em canteiro de obras de proporções épicas, cujos núcleos de acomodações precárias, sendo um deles a Cidade Livre, chegou a abrigar mais de 30 mil trabalhadores durante a construção, que durou 3 anos e 10 meses.

Concreto aparente
Chamados “candangos”, trabalhadores oriundos de vários campos de conhecimento e, em geral, pertencentes às camadas populares, aprenderam in situ a dominar o emprego e a manipulação do concreto aparente. O material, elemento marcante do Modernismo brasileiro, não admite erros ou retoques. Ao observarmos, com admiração e espanto, a beleza do projeto urbanístico de Lucio Costa, o Plano Piloto, e a harmonia e perfeição das linhas curvas de Oscar Niemeyer, também estamos a observar a excepcional capacidade artesanal dos candangos, sobretudo na elaboração dos pilares do Palácio da Alvorada, inspirados nas redes de casas de fazenda do período colonial, e dos arcos que sustentam o Palácio do Itamaraty, cujas maquetes compõem a mostra.
Plano Piloto
O esforço da construção de Brasília, compartilhado por funcionários públicos, arquitetos, artistas e candangos, poderá ser observado em detalhes pelo público presente nos documentos históricos reunidos pela exposição Brasília – Da utopia à Capital. Entre eles, o projeto Plano Piloto, proposto por Lucio Costa.
A maquete de Brasília, definida por uma área de 21×17 km, Brasília, é delimitada, ao sul, pelo Aeroporto Internacional JK; ao norte, pela recente Torre de TV Digital; a leste, pela barragem do Lago Paranoá; e a oeste, pela rodoviária. A Maquete de Brasília foi especialmente concebida para a exposição a partir de imagens de satélite, em alta resolução, medindo 6,00×4,80 metros, considerando a escala de 1:3500.
Comissionamento de artistas
As etapas da construção da nova capital brasileira, realizadas em ritmo apressado, de vergalhões de aço e andaimes gradualmente cobertos pelo concreto que lhe conferiu singularidade, foram registradas em belíssimos ângulos geométricos pelas lentes dos fotógrafos Peter Scheier, Marcel Gautherot, Jean Manzon, Mario Fontenelle e Jesco Puttkamer.
Vislumbrada como uma obra de arte completa, com características de museu a céu aberto, o projeto de Brasília comissionou obras a prestigioso grupo de artistas: Athos Bulcão, autor de fachadas, pinturas e azulejos que dão cor ao concreto e se integram à arquitetura, como as fachadas do Teatro Nacionale Jesco Puttkamer.
Vislumbrada como uma obra de arte completa, com características de museu a céu aberto, o projeto de Brasília comissionou obras a prestigioso grupo de artistas: Athos Bulcão, autor de fachadas, pinturas e azulejos que dão cor ao concreto e se integram à arquitetura, como as fachadas do Teatro Nacional e os painéis de azulejos no Congresso Nacional e na Igrejinha; Marianne Peretti, autora dos vitrais da Catedral Metropolitana; Alfredo Ceschiatti, escultor dos anjos da Catedral; Roberto Burle Marx, artista criador de projetos paisagísticos dos principais espaços públicos da capital, como o Parque da Cidade, o Palácio do Itamaraty, as superquadras, as praças e eixos do plano piloto, além de obras e projetos para seus interiores, para citar alguns.
Algumas dessas obras e seus estudos serão exibidos em Lisboa pela primeira vez. É o que ocorre com as obras da Coleção Brasília – Acervo Izolete e Domício Pereira com o modelo para a obra O Rito do Ritmo de Maria Martins, primeira escultura pública da capital, executada a convite de Niemeyer e instalada nos jardins internos do Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. O mesmo pode ser dito de obras de Bruno Giorgi, como Os Guerreiros, de representação dos candangos e símbolo do marco da ocupação artística da capital.
Coleção Brasília
O acervo formado pelo casal Izolete e Domício Pereira constitui-se num caso único. Considerados “pioneiros” em razão de residirem na nova capital desde 1959, onde exerceram cargos no Governo Federal e na Novacap (companhia responsável pela construção da cidade), reuniram um raro conjunto de obras assinadas pelos arquitetos Niemeyer e Costa, assim como pelos artistas comissionados. O conjunto de obras, documentos e objetos representa um recorte das artes visuais do período e da estética modernista que se estabeleceu no Brasil nas décadas de 1950-60.
Curadoria
Além de reunir elementos relacionados à arquitetura que identificam Brasília, a curadoria de Danielle Athayde propõe analisar a produção artística dos anos de construção da capital, assim como nos encaminha olhar para a representação contemporânea da capital. Nesse sentido, comissionou obras aos artistas Alex Flemming, que faz alusão à arquitetura da Catedral, Naura Timm, que apresenta série de esculturas inspiradas pelo Cerrado, bioma em que a cidade foi edificada, Carlos Bracher com a série de pinturas “Brasília” e Tarciso Viriato com a obra “guerreiro etrusco e a natureza”.
Direção Executiva
Morando há 3 anos em Lisboa, a publicitária Danielle Fonteles integra o time executivo da exposição. Responsável pela interlocução com empresas privadas e instituições portuguesas, Danielle assume a produção ea divulgação local da exposição em Portugal.
Museu Nacional dos Coches
O Museu Nacional dos Coches possui a mais importante coleção, a nível mundial, de coches e carruagens reais do século XVI ao século XIX. O museu foi criado, em 1905, no antigo Picadeiro do Palácio Real de Belém, em Lisboa e é hoje constituído por dois edifícios: o antigo Picadeiro do Palácio de Belém (Praça Afonso de Albuquerque) e o novo edifício, em frente (Av. da Índia), inaugurado em 2015.
O museu reúne uma colecção única no mundo, de cerca de 9 000 objectos, que predominantemente viaturas de gala ou de aparato, algumas de viagem e de passeio, dos séculos XVI a XIX, e acessórios de cavalaria. Tem sido o museu nacional mais visitado de Portugal, com 382 593 visitantes em 2016.[1] O novo edifício, que guarda a maior parte das colecções, é um protejo de Paulo Mendes da Rocha (prémio Pritzker 2006) em consórcio com o atelier Ricardo Bak Gordon e Engenheiro Rui Furtado.
Catálogo Digital : https://drive.google.com/file/d/1plrxl2ASMTSCa7L3ev9gdDr81s9IMhrC/view?usp=sharing Catálogo bilíngue da exposição — inglês e português, 292 páginas — com textos, imagens e extenso memorial documental do projeto, estará disponível para baixar na página da artetude.com.br e www.brasiliamuseuaberto.com.br
Parceiros:
Brasília – Da utopia à Capital é uma realização Artetude Produções com participação especial da Coleção Brasília, apoio do MRE (Ministério das Relações Exteriores do Brasil), das vinícolas Quinta Alta e Wine Colors, do Sabin, Grupo Mundial, 4Coach. Apoio Institucional da Casa da América Latina, UCCLA. Junta de Freguesia de Belém e Embaixada do Brasil em Lisboa
Parceiros de media:
Alumi out of Home, Wi- Fi Livre, ID, LOOK’NFEEL e Correio Braziliense.
Patrocínio: Banco BRB
Exposição: Brasília – Da utopia à Capital
Curadoria: Danielle Athayde
Local: Museu Nacional dos Coches
Morada: Av. da Índia 136. Lisboa
Visitação aberta ao público: de 15 de setembro a 30 de outubro de 2022.
De terça a domingo – das 10h às 18h
Entrada livre
Abertura para imprensa e convidados: 14 de setembro, a partir das 19h30.