
Setembro é o mês do Cerrado (11 de Setembro – Dia Nacional do Cerrado) e um dos biomas mais lindos e ricos do mundo pede socorro. A grande “caixa d’água” cravada no coração do Brasil precisa do carinho e da atenção de todos os brasileiros.
Engana-se quem acha que as maiores taxas de desmatamento e queimadas estão na Amazônia. A destruição maior está no CERRADO, que perdeu mais da metade da sua vegetação nativa para a expansão agrícola e para o crescimento desordenado das cidades. Sem falar nas queimadas que estão descontroladas, afetando diretamente plantas, animais e o solo, que fica empobrecido.
O Cerrado possui grandes reservas subterrâneas de água doce que abastecem as principais bacias hidrográficas do país. Nele estão localizados três grandes aquíferos: Guarani, Bambuí e Urucuia. Portanto, é importante sempre lembrar que a preservação do CERRADO está completamente ligada ao abastecimento de água nas grandes cidades. E como todos nós sabemos, ÁGUA É VIDA.
Mas o CERRADO não é só água! É também fauna e flora riquíssimas e com muitas espécies ainda desconhecidas pela população e até mesmo pela comunidade científica.
Há mais de 10 anos tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que transforma o CERRADO em Patrimônio Nacional. A PEC já foi aprovada no Senado, em 2010, mas não consegue avançar na Câmara dos Deputados.
Ninguém é contra o desenvolvimento e principalmente contra a agricultura, que é o carro-chefe da economia brasileira e coloca comida na mesa de milhões de brasileiros e bilhões de pessoas em todo o mundo. Só é preciso entender que o CERRADO é vital para a sobrevivência de todos nós!
Posso afirmar que desenvolvimento econômico e preservação ambiental combinam e que de mãos dadas podem gerar empregos, riquezas e mais vida.
Por Luciano Lima, historiador, jornalista, radialista e apaixonado pelo Cerrado