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Cadastro para ingressos gratuitos da BRB Stock Car em Brasília será aberto nesta terça-feira (25)

O Distrito Federal será o palco de uma etapa decisiva na temporada 2025
(Marcelo Machado de Melo/BRB Stock Car)

Iniciativa do GDF distribuirá ao público inscrito entradas para a etapa, que acontece entre 29 e 30 de novembro

Será aberto nesta terça-feira (25) o cadastro dos interessados em participar do processo que distribuirá gratuitamente ingressos para o Grande Prêmio BRB de Stock Car 2025, que acontecerá no final de semana de 29 e 30 de novembro. A distribuição, válida inicialmente para o primeiro lote, será realizada por meio de uma página exclusiva na plataforma Tiqueteira (tiqueteira.com.br), onde o público deverá registrar o CPF de forma a estar elegível para receber os ingressos.

Com coordenação da Vicar, organizadora da Stock Car, a ação é uma iniciativa do Governo do Distrito Federal, do BRB, da Setur (Secretaria de Turismo do Distrito Federal), Terracap Brasília e DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal).

Enquanto houver tíquetes disponíveis, todos os CPFs inscritos receberão as entradas obedecendo a ordem de solicitação realizada no site da Tiqueteira, de forma a garantir igualdade de oportunidade e ampla participação do público. Os inscritos terão direito a ingressos para as arquibancadas disponíveis do autódromo.

Além do seu ingresso pessoal, cada inscrito poderá solicitar mais três entradas – informando também os CPFs e meios de contato dos seus convidados. Sempre acompanhados por pais ou responsáveis legais, menores de idade também deverão informar CPF.

As inscrições estarão abertas a partir das 12h de hoje (25) e serão encerradas às 17h da quinta-feira (27) – quando será aberto o segundo lote. Ao terminar de se inscrever, o participante receberá um link via WhastApp ou email informando o próximo passo, que é um cadastro facial biométrico.

Os ingressos darão direito a acompanhar as provas programadas para o sábado, com largada às 15h40, e domingo, quando se realiza a corrida principal, a partir das 15h30 (veja programação abaixo).

Jovens disputam superprêmio — Além da 11ª etapa da temporada da BRB Stock Car, o evento também contará com a sexta e última etapa da Stock Light, campeonato de acesso que reúne os aspirantes à principal categoria do automobilismo brasileiro.

Competindo no sábado e domingo diante do público, os jovens talentos da Light também oferecerão um espetáculo de alto nível com corridas muito aguerridas, pois concorrem a um prêmio que viabilizará a temporada 2026 do novo campeão na BRB Stock Car Pro Series. É a maior premiação individual do esporte brasileiro. Com três corridas previstas, as largadas da Stock Light acontecem às 12h10 do sábado e às 11h40 e 12h20, no domingo.

Os jovens que disputam o título e o superprêmio que dará direito ao campeão de disputar a BRB Stock Pro Series em 2026 são: Enzo Bedani, paulista de 17 anos de idade; Felipe Barrichello Bartz (20 anos); Leo Reis (22), Alfredinho Ibiapina (17) e Guto Rotta (23).

Programação em Brasília
Sexta-feira, 28 de novembro
09h00 – Stock Light – Shakedown 
09h20 – BRB Stock Car Pro Series – Shakedown 
11h00 – Stock Light – Treino Livre 1 (Rookie)
11h35 – BRB Stock Car Pro Series – Treino Livre 1
12h55 – Stock Light – Treino Livre 2
14h40 – Stock Light – Treino Livre 3
15h15 – BRB Stock Car Pro Series – Treino Livre 2

Sábado, 29 de novembro
10h00 – Stock Light – Classificação 
10h40 – BRB Stock Car Pro Series – Classificação 
12h10 – Stock Light – Corrida 1 (25 minutos + 1 volta)
15h40 – BRB Stock Car Pro Series – Corrida sprint (30 minutos + 1 volta)

Domingo, 30 de novembro
10h50 – BRB Stock Car Pro Series – Warm Up
11h40 – Stock Light – Corrida 2 (20 minutos + 1 volta)
12h20 – Stock Light – Corrida 3 (25 minutos + 1 volta)
15h30 – BRB Stock Car Pro Series – corrida principal (50 minutos + 1 volta)

Pilotos de diferentes gerações revelam expectativa em torno da reabertura do Autódromo de Brasília


Na contagem regressiva para a reabertura, autódromo tem atraído a curiosidade de vários profissionais do setor | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

A Capital é considerada um celeiro do automobilismo, com representantes desde a década de 1970, quando a pista foi inaugurada, até os dias de hoje, mesmo com o fechamento do principal equipamento do esporte na capital federal

As avenidas largas e o traçado moderno de Brasília, idealizado por Lucio Costa e projetado por Oscar Niemeyer, inspiram pilotos desde os primeiros anos da cidade. Antes mesmo da inauguração do Autódromo Internacional de Brasília, em 1974, a capital federal já tinha provas de rua demonstrando a vocação natural para o automobilismo. Com a inauguração do complexo voltado ao esporte, a cidade se consolidou como um celeiro de talentos da alta velocidade — três pilotos da Fórmula 1 saíram da capital (Nelson Piquet, Felipe Nasr e Nelsinho Piquet) —, característica que segue até hoje, mesmo com o espaço fechado há quase 12 anos.

“O autódromo é um equipamento pelo qual todo o Distrito Federal tem muito carinho. Queremos também, a partir daqui, incentivar os nossos jovens para que eles desenvolvam a sua carreira e possam alçar voos altos”Governador Ibaneis Rocha

Às vésperas da reabertura, pilotos de diferentes gerações têm tido a oportunidade de rever ou até conhecer pela primeira vez a pista, considerada uma das maiores do Brasil.

São 5.384 metros de extensão que podem se destrinchar em até seis traçados a partir da reforma feita por este Governo do Distrito Federal (GDF), que investiu R$ 60 milhões para modernizar e adequar o espaço — preservando o traço original — a grandes competições do automobilismo e do motociclismo. 

“O autódromo é um equipamento pelo qual todo o Distrito Federal tem muito carinho”, afirma o governador Ibaneis Rocha. “Os pilotos, principalmente os mais antigos, estão muito felizes. Mas queremos também, a partir daqui, incentivar os nossos jovens para que eles desenvolvam a sua carreira e possam alçar voos altos.”

O brasiliense Vitor Meira, 48 anos, cresceu dentro do Autódromo de Brasília. Como ele mesmo diz, viu o espaço, que foi seu “parquinho de diversões”, se deteriorar. Por isso, para o piloto, ver o local renascer é emocionante. “Lembro muito de ficar ali no Box 4 almoçando macarrão ou sanduíche; de esperar combustível vir do posto para gente botar no carro e continuar treinando; de dias quentes, ruins e bons em um autódromo que já era velhinho à época, que já tinha seus defeitos”, recorda. “Imagino que [a reabertura] vai ser uma grande alegria. Tem gente que começou a correr e nunca andou nessa pista. Vai ser uma alegria ter aqui em Brasília um autódromo desse nível e poder chamar de seu. As lembranças são as melhores, e tenho certeza que muitas outras virão.”

Campeão sul-americano na F3 e com carreira nas categorias Indy e Stock Car, Vitor Meira fez questão de elogiar a pista brasiliense, que, segundo ele, está nos moldes internacionais. “Essa pista é tecnicamente muito atualizada”, avalia. “Não é em uma pistinha pequena que, de repente, o piloto vai para a Europa e se depara com uma pista gigantesca e tem uma nova adaptação. Isso aqui vai servir de parâmetro para o Brasil e para as categorias de base. Tenho certeza que daqui para frente veremos esses elevados e essas arquibancadas cheias e muito carro na pista”.

Essa também é a expectativa de Pedro Cardoso, 26, piloto de TCR e F4. O automobilista brasiliense esteve na última corrida disputada no Autódromo de Brasília antes do fechamento. “Desde aquela época estamos na expectativa da reabertura”, relata. “Foram longos 11 anos, um processo de vai e volta, mas finalmente teremos a entrega desse projeto sensacional. Estou muito feliz”. Sobre a reforma, ele só tem elogios: “A qualidade da pista é realmente muito boa, é muito técnica. Se eu não me engano, é a maior pista que temos no Brasil, em termos de metragem. Então, tudo isso é muito positivo”.

Piloto de Stock Car e confirmado na etapa nacional, Enzo Elias, 23, nunca havia corrido na pista do Autódromo de Brasília. A primeira oportunidade foi durante uma visita técnica conduzida pelo GDF e pelo Banco de Brasília (BRB), atual gestor do complexo. A volta foi suficiente para impressionar o jovem. “O asfalto está incrível”, analisa. “Não vejo a hora de botar o carro de corrida para acelerar aqui. De fato é um sonho de vida mesmo. Todo mundo com quem já conversei sempre elogiou muito o traçado e a localização do autódromo. Então, realmente, a expectativa está lá no teto para poder estrear. O coração bate um pouquinho mais forte do que o normal. A ansiedade está a mil”.

Especialista em automobilismo, o ex-piloto e jornalista João Luiz da Fonseca ressalta que a volta do autódromo será muito importante para o cenário como um todo. “É um projeto bem-feito, um dos poucos projetos onde todo mundo, antes de ele fechar, gostava de vir correr”, diz. “Vai trazer muita gente, aumentar o turismo, o emprego e a renda. Deixa de ser só o esporte para ser benéfico para a cidade. É um autódromo que pode ser bem-explorado para ter atividades o ano inteiro. Fico feliz que, depois de 11 anos fechado, finalmente apareceu um governador que teve coragem de fazer o autódromo ter vida novamente”.

Visitas ilustres

Desde que a pista entrou na reta final das obras, o Autódromo Internacional de Brasília tem recebido visitantes ilustres para conferir a reforma. Na última semana de outubro, o piloto de Fórmula 1 Max Verstappen foi até o local acompanhado por Nelson Piquet. 

Na ocasião, o tetracampeão mundial disse ter gostado da pista: “Achei muito legal. O layout é muito rápido. Acho que vai ser muito bom quando estiver aberto, vai ser uma diversão para carros e bicicletas”. Já Piquet considerou a pista “muito boa, larga e segura”. A segurança, inclusive, foi um dos critérios da reforma que criou 13 áreas de escape e incluiu mais de 10 mil metros de guard rails e 40 mil metros quadrados de caixas de brita.

Em agosto, quem esteve no novo pavimento foi o piloto brasileiro da F1, Gabriel Bortoleto. “É incrível ter mais um autódromo de qualidade no Brasil”, elogiou. “O projeto de Brasília é impressionante, com nível europeu em asfalto, drenagem, áreas de escape e segurança. A pista é larga, rápida e oferece pontos de ultrapassagem, o que cria muita competição. São seis layouts diferentes, permitindo diversidade e desafios para os pilotos. Estou muito feliz em ver o resultado desse trabalho”.

Novo autódromo

Inaugurado em 1974, o Autódromo de Brasília foi pioneiro desde a construção pelo tamanho da pista. Com a atualização, os 5.384 metros de extensão se dividem em 16 curvas, seis traçados, duas variantes e duas entradas de boxes. A infraestrutura completa do complexo soma 15.592 metros quadrados. 

A reforma foi dividida em três etapas. A primeira, prestes a ser entregue, teve investimento de R$ 60 milhões e foco na qualificação da pista, com a modernização do traçado, substituição completa do pavimento, criação de áreas de segurança e toda a terraplanagem e drenagem do espaço. 

Prevista para 2026, a segunda etapa contemplará a entrega definitiva de 40 boxes, do kartódromo e do centro médico, enquanto a terceira fase inclui a instalação de novos empreendimentos dentro do complexo, como lojas de carros e equipamentos esportivos, áreas de eventos e o Museu do Automobilismo. A expectativa é que a reforma completa custe R$ 100 milhões.

Reabertura

A reinauguração do Autódromo Internacional de Brasília está marcada para o dia 30 deste mês, com a penúltima etapa da Stock Car 2025 e o show do cantor baiano Bell Marques. A programação da reabertura começa dias antes, com o desfile dos veículos no dia 27 pelas ruas da cidade, a visitação das escolas públicas ao espaço no dia 28 e o treino e corrida sprint, no dia 29. 

Os ingressos são gratuitos e serão disponibilizados pelo BRB. O GDF também anunciou a extensão do programa Vai de Graça, que isenta o pagamento da tarifa do transporte público do Distrito Federal, para o sábado, dia 29. A medida visa a facilitar o acesso do público ao autódromo nos dois dias abertos de evento.

Por Agência Brasília com colaboração de Geovanna Gravia

Autódromo de Brasília: Vocação automobilística da capital nasceu antes mesmo da inauguração


Grande Prêmio Juscelino Kubitschek encerrou as comemorações pela inauguração da nova capital, em abril de 1960 | Foto: Arquivo Público

Primeira menção a uma corrida no Distrito Federal data de 1958; dois anos depois, a cidade assistiu à primeira largada, e, apenas 14 anos mais tarde, seria inaugurada a pista que este GDF reabrirá após mais de uma década fechada

A história do automobilismo em Brasília começou muito antes de a cidade ter, de fato, um autódromo. Essa relação surgiu durante o planejamento da nova capital, seja pelo plano de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek de estímulo à entrada da indústria automobilística ao Brasil, seja pelo traçado viário e arquitetônico de Brasília, ou até mesmo pelo entusiasmo dos pioneiros por carros e velocidade.

A primeira menção a uma corrida na cidade é de 1958, dois anos antes da inauguração. Segundo o historiador Elias Manoel da Silva, do Arquivo Público do Distrito Federal (ArpDF), a ideia foi levada até JK por Joaquim Tavares, à época diretor do Departamento de Terras e Agricultura da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

“A primeira vez que se ventila a ideia de uma corrida em Brasília é durante a construção”, conta o historiador. “Em 1958, Joaquim Tavares vai criar uma estrada de mais ou menos 120 km, a chamada Avenida do Contorno [hoje Estrada Parque do Contorno, EPCT], uma faixa sanitária onde ficam dentro todos os córregos que alimentam o Paranoá. Ele achou tão incrível a faixa larga sem nenhuma curva e ovalada, que foi falar com o JK sobre fazer uma corrida nesta estrada”, completa. 

Apesar da aprovação de JK, a corrida não ocorreu devido à negativa do presidente da Novacap no período, Israel Pinheiro. Mas a ideia, provavelmente, não saiu mais da cabeça de Juscelino. Entusiasta do automobilismo — ele organizou corridas na Pampulha durante seu mandato como prefeito de Belo Horizonte —, JK incluiu o esporte na programação oficial da inauguração da nova capital com o Grande Prêmio Juscelino Kubitschek, que encerrou as comemorações em 23 de abril de 1960. “Ele decide finalizar as celebrações da cidade com essa corrida, que era para ser uma coisa simples, mas é um dos marcos importantes do automobilismo brasileiro”, revela Victor Hugo Tambelini, também historiador do ArpDF.

O trajeto foi escolhido pelo próprio presidente, que rascunhou o traçado em um papel que estava no bolso. “É uma cena de filme. Ele tira um envelope do bolso, pega uma caneta e fala assim: ‘Pronto, já sei qual vai ser o trajeto’. Ele traceja um croqui com o triângulo, símbolo da Praça dos Três Poderes, e os dois eixos que a gente já conhece. Então é justamente o trecho da Praça dos Três Poderes e a Rodoviária com o Eixão Sul, que seria uma triangulação, com largada e chegada ali na Rodoviária, onde todas aquelas pessoas ficam dispostas”, completa Tambelini.

Assim, no terceiro dia de celebrações da nova capital, 55 pilotos e 47 veículos participaram de três provas com quatro voltas saindo da Rodoviária do Plano Piloto em direção ao Eixão Sul passando pela Praça dos Três Poderes e voltando ao trajeto inicial. O grande vencedor foi o paulista Jean L. Lacerda, pilotando uma Ferrari. Ele recebeu o troféu das mãos do argentino Juan Manuel Fangio, pentacampeão de Fórmula 1 que tinha vindo para a inauguração da cidade.

A partir daí, a capital começou a ser cenário de corridas de rua, estimuladas pelas avenidas largas do projeto arquitetônico de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, como os 500 km e os 1.000 km de Brasília, cujas provas chegaram a ser apontadas entre as maiores de automobilismo do final dos anos 1960. 

“Brasília, desde o início, já era uma pista de corrida. Era uma cidade convidativa para correr. Naquela época, ainda não havia sinal, cruzamento. Você andava a toda velocidade. Nesse conceito, foram criadas as corridas de rua, sempre em volta da rodoviária, da W3, sempre por ali. E Brasília ficou conhecida pelo Brasil inteiro, depois pelo mundo, como a cidade do automobilismo, da velocidade”, explica o ex-piloto e jornalista especialista em automobilismo João Luiz da Fonseca.

Contexto histórico

Essa vocação natural se juntou a fatores políticos e econômicos e ao efeito Fittipaldi — o primeiro piloto brasileiro a vencer uma corrida de Fórmula 1 — para que o automobilismo passasse a ter uma casa definitiva no centro do país: o Autódromo Internacional de Brasília.

Inaugurado em 3 de fevereiro de 1974, o espaço começou a ser construído em 1972, durante a presidência do militar Emílio Garrastazu Médici e o governo local de Hélio Prates. “Vamos lembrar que, na década de 1970, há algumas peculiaridades que quase desaguam na construção do autódromo. A primeira é que o Brasil estava passando por um boom econômico. Naquele contexto se tornava muito conveniente criar um autódromo, porque se criariam condições de visibilidade internacional. Portanto, essa é uma das primeiras motivações”, lembra Elias Manoel da Silva.

O historiador destaca também que, em 1972, Emerson Fittipaldi vinha em uma crescente, que resultaria no primeiro título do país na Fórmula 1. Essa liderança do piloto foi outro fator importante para a decisão de erguer um autódromo na capital federal. “Nós tínhamos um herói nacional, representando aquilo que o Brasil mais gosta de ter, que é ganhar pódio, estar em primeiro lugar. Então, ao construir o autódromo, a gente não pega só o contexto do milagre econômico, o contexto político, vai aproveitar também esse efeito Fittipaldi, essa liderança e essa visibilidade internacional para trazer também para dentro do nosso país”, acrescenta o historiador do Arquivo Público do DF.

Coincidência ou não, Emerson Fittipaldi foi o vencedor da corrida inaugural do Autódromo Internacional de Brasília, uma disputa extra, que não valia pontos para o campeonato da Fórmula 1. A vitória consagrou o triunfo do brasileiro, que, no fim de semana anterior, havia vencido o GP de Interlagos e acabou se firmando como bicampeão da F1 naquele ano.

Dentro dos boxes do GP de Brasília também estaria o maior piloto da história da capital: Nelson Piquet, o tricampeão mundial de Fórmula 1, que depois daria nome ao autódromo. Na época, ainda como mecânico, Piquet assistiu à disputa dos boxes contratado pela Brabham do argentino Carlos Reutemann, maior rival de Fittipaldi.

“Foram 14 anos até a consolidação do autódromo. Infelizmente, JK não esteve presente para viver isso. Mas temos um volume tão grande de histórias, desde antes da construção de Brasília, que é quase como se esse começo do autódromo desse vazão para todos esses pilotos e pessoas envolvidas com o automobilismo, porque começamos a viver o momento de ouro do automobilismo brasileiro, com a sequência de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e, em não muito tempo, Ayrton Senna. Então, é uma história muito bonita formada aqui em Brasília”, analisa Tambelini.

Detalhes da construção

“O Autódromo de Brasília estava fechado há cerca de 11 anos, e, agora, a população volta a ter acesso a um importante local de entretenimento que foi palco de grandes eventos históricos e de grandes shows”Adalberto Scigliano, superintendente do Arquivo Público do DF

O complexo automobilístico de Brasília começou a ganhar forma no fim da década de 1960, quando o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), então presidido por Cláudio Starling, deu início à construção do autódromo. O projeto, assinado pelo engenheiro Samuel Dias, nasceu de uma pesquisa realizada pela equipe técnica durante o Grande Prêmio da Argentina de Fórmula 1, ocasião em que dirigentes e profissionais do automobilismo foram ouvidos para identificar as melhores características de uma pista moderna e competitiva.

Entre as lições colhidas, destacou-se a importância de um traçado extenso e veloz, conceito que orientou a criação, resultando em um circuito inovador e que, há 50 anos, já emulava as dimensões oficiais dos dias de hoje: são 5.384 metros de extensão. Passadas quase cinco décadas, o traçado original foi modernizado pela primeira vez, em uma reforma estrutural promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que investiu R$ 60 milhões.

A reabertura oficial, marcada para o dia 30 deste mês, carrega um simbolismo histórico: assim como em 1974, o retorno das atividades no autódromo ocorrerá poucos dias após o Grande Prêmio de Interlagos de Fórmula 1, em São Paulo. Dessa vez, no entanto, quem vai acelerar na pista brasiliense será a Stock Car, com a penúltima etapa nacional da temporada 2025.

“Acima de tudo, isso revela um compromisso da atual administração em resgatar eventos e locais históricos para a história de Brasília. O Autódromo de Brasília estava fechado há cerca de 11 anos e, agora, a população volta a ter acesso num importante local de entretenimento que foi palco de grandes eventos históricos e de grandes shows. Acho que isso é que é importante: resgatar e trazer a uma geração que desconhecia a importância do autódromo, que desconhecia o que aconteceu nesse autódromo; e, com isso, a gente retorna a mais uma parte importante, que vai trazer ainda muitas alegrias para o Distrito Federal”, destaca o superintendente do Arquivo Público do Distrito Federal, Adalberto Scigliano.

Por Agência Brasília com colaboração de Geovanna Gravia
 

Reabertura do Autódromo de Brasília terá entrada gratuita


O Autódromo de Brasília será reinaugurado seguindo padrões internacionais de qualidade | Foto: Arquivo

Programada para 30 de novembro com uma corrida da Stock Car, espaço será devolvido à população com corrida de uma das mais tradicionais provas do automobilismo nacional e distribuição de ingressos pelo GDF

O governador Ibaneis Rocha anunciou na quinta-feira (9) que a reabertura do Autódromo de Brasília, programada para 30 de novembro com uma corrida da Stock Car, terá entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em formato a ser definido em parceria com o Banco de Brasília (BRB). O anúncio foi feito pelo chefe do Executivo durante evento de criação da Secretaria da Juventude, no Palácio do Buriti, assumida por André Octávio Kubitschek. 

“No dia 30 de novembro, eu convido todos os jovens, vamos fazer a distribuição de ingressos para reinaugurar o nosso autódromo já com a corrida da Stock Car. Iremos lotar o Autódromo do Distrito Federal e, depois, para quem gosta de música baiana, teremos duas apresentações para relembrar a Micarê Candanga (Festival Micarê) que existia antigamente. Estamos preparando uma grande festa”, anunciou Ibaneis Rocha. 

Fechado desde 2014, o autódromo encontra-se em obras. O espaço passa por reformas no traçado, nas áreas de escape e na infraestrutura, mantendo a característica original e adicionando melhorias em arquibancadas temporárias, drenagem e segurança. Serão seis variações de traçado, que permitirão corridas de diferentes categorias, incluindo carros, motos, arrancada e drift. A expectativa é de que o local possa receber até 100 mil pessoas por evento.

O autódromo

O Autódromo de Brasília impressiona pelo padrão internacional que sua pista voltará a ter, com 5.384 metros de extensão, sentido horário, 16 curvas — sendo nove à direita e sete à esquerda — e três retas principais, a maior com 803 metros, a de largada com 614 metros e a reta oposta com 502 metros. 

A curva 1, de alta velocidade, possui 207 metros e inclinação de 5°, enquanto a pista mantém largura generosa, com 15 metros na largada e 14 metros nos demais trechos, garantindo ultrapassagens emocionantes e disputas acirradas. Com 40 boxes, torre de controle, salas de imprensa, transmissão, camarotes e áreas VIPs, totalizando 15.592 m² de infraestrutura, o complexo poderá receber até 100 mil pessoas.

Projetada pelo engenheiro Luís Ernesto Morales, presidente da Comissão de Homologação de Circuitos da CBA, a pista reúne segurança, versatilidade e padrões de qualidade europeus, pronta para sediar as principais competições automobilísticas da América do Sul, além de provas de motovelocidade, tornando-se um verdadeiro palco para o automobilismo nacional e internacional.

Estágio das obras

As obras do Autódromo de Brasília seguem em ritmo acelerado e já alcançaram 85% de avanço global, conforme o último relatório de execução do BRB. Diversas etapas estruturais estão concluídas, como serviços preliminares, terraplenagem, pavimentação (binder e camada final GAP) e consultoria técnica, todas com 100% de execução. A drenagem está 95% concluída, a caixa de brita em 97% e as barreiras de pneus e guardrails atingiram 88%. 

Atualmente, as equipes intensificam os trabalhos de paisagismo, sinalização e troca dos alambrados. Com a pista principal já concluída, o cronograma segue dentro do previsto para a conclusão e entrega total do Autódromo de Brasília.

Por Adriana Izel, Ian Ferraz e Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader